Intitulado por Euclides da Cunha como a “árvore sagrada do sertão”, o umbuzeiro é também conhecido como imbuzeiro (nome cientifico: Spondias tuberosa). O seu fruto é o umbu ou imbu. A palavra que lhe deu esse nome é o “ymbu”, de origem tupi-guarani, que significa “árvore que dá de beber”, uma referência a sua característica de armazenamento de água, especialmente da raiz, qualidade necessária para sobrevivência nos longos períodos de seca no seu habitat natural, a Caatinga. A planta pode alcançar sete metros, tem tronco curto e copa em forma de guarda-chuva. As flores são brancas, agrupadas, perfumadas, com néctar que é retirado pelas abelhas para se alimentarem e produzirem mel.
O fruto é pequeno e arredondado, de casca lisa ou com pequenos pelos, que lhe conferem uma textura levemente aveludada. Com cheiro doce e sabor agradável, levemente azedo, o umbu tem a coloração verde-amarelada. Grande parte da sua composição é aquosa e possui consideráveis propriedades nutricionais, sendo rico em vitamina C. É muito apreciado para consumo humano in natura ou beneficiado, na produção de polpas de fruta, sorvetes, geleias e doces. Vale salientar que o fruto maduro dura no máximo dois ou três dias, o que dificulta o consumo in natura. O fruto e a folha do umbuzeiro também são utilizados na alimentação animal.
Como a maioria das plantas na Caatinga, o umbuzeiro perde todas as suas folhas nos períodos de seca, mas volta a florescer assim que começam a cair as primeiras chuvas. A frutificação segue o mesmo percurso, estando os frutos maduros 60 dias após a abertura das flores.
As raízes do umbuzeiro, em formato de batatas, podem ser utilizadas na culinária popular e apresentam um sabor adocicado. As populações tradicionais utilizam o suco da raiz nos casos de escorbuto, doença que tem como sintomas hemorragias nas gengivas em decorrência de carência grave de vitamina C. Em períodos de estiagem forte, a água armazenada nas raízes pode ser consumida por pessoas e animais. Ainda se atribui a ela propriedades medicinais antidiarreicas.
O texto acima e do site www.cerrantinga.org.br.
Umbu faz parte da infância de todo nordestino. Uma sobremesa, uma merenda, uma frutinha que comemos (ou chupamos?) sem fome, por brincadeira, distração ou para ocupar o tempo sob a sobra do umbuzeiro. É também vendido em feira livres, nas festas de largo (dos santos padroeiros) ou pelas ruas das cidades nordestinas. É fruta de verão, tem gosto de férias. Nossas mães transformam o umbu em doces e umbuzadas (umbu cozido inteiro, espremido para tirar o caroço e toda polpa, adicionado de açúcar, muito acúcar, e depois misturado ao leite de vaca). Quando crescemos transformamos umbu em caipiroscas (receita abaixo) e continuamos nos deliciando com essa preciosidade da caatinga, enlouquecendo no sabor e nas memórias de infância.
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– Em um copo grande, muito grande, coloque os umbus (maduros) até a metade;
- Com ajuda de um machucador de madeira soque bem os umbus, até retirar os caroços e formar uma polpa bem consistente;
- Adicione um boa vodka (na medida da sua resistência etílica);
- Adicione açúcar a gosto;
- Complete o copo até a boca com gelo picado;
- Misture tudo;
- Enlouqueça de prazeres degustativos;
- Repita quantas vezes suportar;
- Não dirija.