Estamos na 31ª edição da ANUGA (18 a 12 de outubro – Colônia / Alemanha), uma das maiores feira de alimentação do mundo, onde participam 6.596 expositores procedentes de 100 países. Impossível imaginar, para quem não é da área, toda esta diversidade da cultura alimentar reunida em imensos pavilhões, a serviço do mundo.
Colônia transforma-se na capital gastronômica do planeta, reinando a comida industrial, a comida processada, que busca, a cada edição da feira, uma aproximação real da comida de casa, da comida artesanal.
Vivemos uma vida de escassez de tempo, onde a nova ordem alimentar nos direciona para o produto prático, de fácil preparo e processamento instantâneo. Não temos mais tempo para o preparo artesanal da nossa comida. A rápida mudança da cultura e hábito alimentar das populações nas últimas décadas, especialmente nas grandes cidades, conduz a indústria de alimentos para a praticidade e rapidez, ao mesmo tempo em que esta população anseia pela comida ideal, saborosa, caseira, nutritiva, que os confortem e os restaurem para as novas jornadas da vida corrida e rápida.
Assim é a ANUGA, uma feira alimentar com muita diversidade cultural, inovação e tecnologia. Com um olhar mais detalhado nos principais expositores, podemos identificar várias opções de produtos (é também de embalagem e posicionamento mercadológico) que conseguem conciliar tradição com a contemporaneidade determinista do século XXI. Poderíamos enumerar vários exemplos dos 100 países participantes, porém optamos por um produto não alimentar, essencial para o preparo de chá; o Tea Bag (ou saquinho de chá).
Fundada em 1905, a empresa italiana Ferri (www.ferridal1905.com) produz – além de especiarias, sal, frutas secas e infusões – saquinhos de chá em delicados tecidos, com atmosfera da data de sua fundação. O que presenciamos é uma empresa moderna, com produtos práticos, mas que mantém no seu “DNA” uma carga emocional direcionada para um posicionamento estratégico artesanal. Aqui temos uma clara visão de como a preservação da cultura empresarial, da cultura do fundador, pode ajudar na construção de um futuro moderno e promissor, com adaptação à nova ordem alimentar imposta pelo determinismo tecnológico do século XXI, e ao perfil de comportamento do novo consumido deste século.