No período de 18 de junho a 25 de agosto, o Sesc Ipiranga recebe a exposição Ounje – Alimento dos Orixás. A mostra faz uma imersão artística na cultura africana a partir da culinária dos terreiros das religiões afro-brasileiras, em especial do candomblé. Com grupo curatorial composto por Adriana Aragão, Ana Celia Santos, Ayrson Heráclito, Beatriz Coelho, Bel Coelho, Maria Lago e Patrícia Durães, a exposição propõe um percurso estético sensorial, elaborado a partir do encontro de linguagens artísticas.
Durante a visita o espectador é convidado a conhecer e reconhecer memórias e ancestralidades inspiradas pelo Candomblé, suas formas de representar as manifestações da natureza e a história da humanidade. O percurso artístico é construído de forma simbólica a partir do alimento que integra a comunidade em torno do ato de comer e possibilita o movimento ritual.
Nas religiões de matriz africana, especificamente no candomblé, cada Orixá representa um fenômeno da natureza, refletindo assim um sistema cosmológico, que entende a existência das coisas e a integra à experiência humana, constituída de modo que as relações entre o homem e o meio ambiente encontre equilíbrio.
Tudo come
A alimentação é um traço marcante da cultura africana. Os diferentes meios de tratar, cozinhar e servir a comida, tornam-se um ato sagrado, realizado em comunhão durante ritos nos terreiros e conduz as propostas conceituais e cênicas da exposição. Para Adriana Aragão, uma das curadoras da mostra, “a cozinha ancestral que funciona 24 horas por dia no terreiro é o cenário, posto com respeito, reunindo folhas, cores e o ajeum, valioso ato do alimento.”
As instalações artísticas, estruturadas a partir da montagem cênica de uma cozinha de terreiro, trazem elementos de alguns dos Orixás e criam um percurso de visitação que integra diferentes linguagens artísticas – artes visuais, música, performance, dança e literatura à culinária.
De acordo com Bia Coelho, integrante do corpo curatorial, “com a integralidade dos sentidos, Ounje abarca a influência do candomblé na arte afro-brasileira começando pelo alimento – envolvendo o corpo dançante, as visualidades dos adornos e as musicalidades constantes”.
Ref: https://www.sescsp.org.br