Dia de domingo no carnaval da Bahia, em Salvador, é dia de Gandhy, dia do bloco “Filhos de Gandhy”. Nosso pinguim do domingão de carnaval é uma homenagem ao bloco “Filhos de Gandhy”.
A origem é de 1948, quando o sindicato dos estivadores fundou o bloco “Comendo Coentro”. Os componentes eram trajados finamente com o que de mais elegante existia: roupas de linho importado, chapéus “Panamá” e sapatos “Scamatchia”. A festa era regada a muita comida e bebida.
Em 1949, o “Comendo Coentro” não pode sair às ruas devido à crise financeira que se abateu sobre os estivadores. Surgiu, então, a idéia de fundar um novo “cordão”, ou bloco de carnaval. Durval Marques da Silva, o “Vavá Madeira”, com o apoio dos demais estivadores arrecadaram dinheiro e foram às compras, adquirindo lençóis para serem utilizados na confecção dos trajes, barris de mate e couro, com os quais construíram os tambores utilizados no acompanhamento do cortejo. O nome do bloco foi sugerido por “Vavá”, inspirado na vida do líder pacifista Mohandas Karamchand Gandhi. Batizou-se então o bloco com o nome “Filhos de Gandhy”.
O bloco “Filhos de Gandhy” (http://www.filhosdegandhy.com.br) foi construído ao longo dos seus 62 anos, com base na identidade e cultura “afro baiano”, sendo hoje um dos mais tradicionais blocos de rua do Brasil. Desfila no domingo, segunda feira e terça feira de carnaval, com suas tradicionais indumentárias.
O mais interessante da história do Gandhy é sua origem em um bloco de nome “Comendo Coentro”. Esta especialidade da culinária baiana é utilizada em todos os pratos, sejam tradicionais ou triviais, desde uma simples saladinha (nem só de dendê vive baiano, também comemos saladas, com coentro, claro!) até as moquecas e vatapás.