As civilizações antigas da América – maias, astecas e incas – já cultivavam a batata e outros produtos desconhecidos da Europa. Os espanhóis, conquistadores desta região americana, não se deram conta, inicialmente, desta riqueza agrícola, provavelmente em função da obsessão pelo ouro. Na Europa, a batata foi plantada inicialmente na Galícia, no final do século XVI. Na Alemanha foi considerada imprópria para consumo humano por botânicos alemães, só sendo cultivada em larga escala a partir de 1770. Os franceses foram os últimos a integrá-la a sua cozinha, graças ao interesse que Napoleão dedicou ao assunto. O consumo da batata só se generalizou na Europa no final do século XVIII*. Hoje, a batata é uma das principais bases alimentares de diversas nações, e nos parece que também da linda Paraíba, pela quantidade de receitas com este versátil tubérculo comestível.
Depois da Batata em Conservas Calypso, nos chega direto de João Pessoa a Batata Ligeira, uma rápida especialidade culinária de outro querido amigo: Chico. O interessante é que as nossas receitas, quando por nós nominadas, acabam por herdar, de certa forma, algumas das nossas características. Sim, Chico é um cara ligeirinho, particularmente ao seu modo, no seu jeito nordestino de ser.
Segundo o Chico, a Batata Ligeira é uma receita “para matar aquela fome de um dia de trabalho quando não estamos muito a fim de fazer uma coisa mais trabalhosa, elaborada. É uma batata rápida, feita com um pouquinho do que restou daquelas compras. Você vasculha a geladeira e só encontra algumas batatas, um pouco de alecrim, alguns tomates, umas cebolas, um pimentão…”. Os afetuosos restos da feira, perdidos em uma fria geladeira, são transformados em um prato quente, com “cara” de comida fina, elaborada. Assim são os nossos afetivos cozinheiros, alquimistas empíricos, pessoas com uma capacidade de transformação, que sempre nos surpreendem com pequenos preparos de resultados grandiosos. Assim é o Chico, nosso amigo querido da Paraíba.
1 – INGREDIENTES
- 4 batatas médias
- 2 tomates médios
- 1/2 pimentão verde
- 1 cebola média
- 1 pimenta dedo de moça
- ½ xícara de chá de azeite de oliva extra virgem
- 3 colheres de sopa de vinagre balsâmico
- Sal grosso a gosto
- Uma colher de sopa de alecrim (rasa)
- Cebola e pimentão no refratário
- Cebola, pimentão, tomate, vinagre e azeite de oliva
- Pimenta dedo de moça
- Pimenta dedo de moça sendo adicionada aos demais temperos
- Batatas cozidas
- Batatas cozidas já adicionadas aos temperos e adição de mais azeite de oliva
- Refratário pronto para ser assado
- Refratário no forno
2 – MODO DE PREPARO
- Corte a cebola, os tomates, o pimentão e a pimenta dedo de moça em tiras, misture tudo já no próprio refratário que irá ao forno;
- Coloque metade do azeite e uma colher do vinagre balsâmico, misture;
- Cozinhe as batatas com casca, bem escovadas, divida-as em duas partes para cozinhar mais rápido, sem sal, mas não cozinhe muito, pois elas ainda irão ao forno;
- Após cozidas, escorra a água das batatas e misture com os outros ingredientes;
- Adicione o restante do azeite e do vinagre por cima. Polvilhe com sal grosso e alecrim;
- Leve ao forno quente, por mais ou menos 35 minutos, ou até que as batatas fiquem coradas;
- Decore com uma folhinha de manjericão ou outra erva (salsinha, coentro…). Fica bom também colocando pimenta do reino moída;
- Sirva com o que quiser. Fica ótimo com aquele frango de padaria e um pedacinho de pão para raspar o molhinho que sobra no prato.
* Ariovaldo Franco – De Caçador a Gourmet – Editora Senac São Paulo 2010