Desde a Idade Média a páscoa é festejada como sendo a volta da luz, as Igrejas se iluminavam na madrugada de domingo e todas as casas deveriam acender velas, A páscoa associa, então, dois aspectos: a ideia de ressurreição tanto de Cristo quanto do Sol e uma vitória da luz sobre as trevas por meio da destruição da morte, sendo que ambas nada mais são do que uma passagem para outra vida.
O ovo, geralmente branco e frágil, é, de forma geral, uma metáfora para esta nova vida, ele é o sÃmbolo do germe, encarna todo o conteúdo de uma vida numa simples casquinha, sendo um sÃmbolo da transmutação e do renascimento. Do simbólico para o cotidiano, durante os quarenta dias que precedem o domingo de páscoa os fiéis estavam proibidos de consumir carnes e ovos. No entanto as galinhas, que não conheciam esta interdição, continuavam a pôr seus ovos normalmente, o que fazia com que os cristãos ficassem com muitos ovos sem poder comê-los. Para não desperdiçá-los surge, no século XII, a tradição de decorar as cascas dos ovos e oferecê-los como presente.
Conta-se que o rei Eduardo I da Inglaterra, em 1307 teria distribuÃdo 450 ovos pintados aos membros da famÃlia real. Esta ideia acabará se desenvolvendo e ovos esculpidos em madeira são oferecidos ao rei, a famÃlia real russa começa a consumir ovos de páscoa feitos pelo joalheiro Fabergé e os doceiros vão começar a fazer ovos em açúcar, chocolate e torrone para as crianças.
Outros dados históricos indicam que os ovos de chocolate vieram dos Pâtissiers franceses que recheavam ovos de galinha, depois de esvaziados de clara e gema, com chocolate e os pintavam por fora. Os pais costumavam esconder ovos nos jardins para que as crianças os encontrassem na época da Páscoa. Com melhores tecnologias, a partir do final do século XIX, se difundiram os ovos totalmente feitos de chocolate, utilizados até hoje.
Referência – Revista DelÃcia de Páscoa – Harald 2012