Almoço de Domingo na Cozinha da Albinha

Domingo é dia de galinha com macarrão?

Lembro da minha mãe aos domingos fazendo um macarrão longo, grosso e furadinho, com muito tempero, inclusive coentro e colorau (urucum). Era da marca Pilar, de Recife, embalado em papel grosso azul cobalto. Tinha três bitolas, o mais grosso usávamos, às vezes, como canudo pra tomar água. O gosto ficava horrível, mas canudos não eram objetos fáceis em casa, só em sorveteria e lanchonetes.

A cor azul cobalto da embalagem do macarrão Pilar e o tipico Urucum (colorau) largamente usado na culinária nordestina.

A cor azul cobalto da embalagem do macarrão Pilar e o típico Urucum (colorau) largamente usado na culinária nordestina.

A galinha era de ensopado. Servida à mesa, o caldo da galinha invadia os micros canais do macarrão, que explodiam em sabor e prazer nas nossas bocas de infância. Era também uma diversão, não muito permitida, “sugar” o macarrão como se fosse um longo canudo, para engolir o caldinho da galinha.

Domingo pode até ser dia de galinha com macarrão, mas também é dia de muitas outras culinárias, especialmente quando juntamos gente que gosta de cozinhar. E quando temos gente que gosta de cozinha, de cerveja, de caipirinha, de domingo e de folia, a festa já está pronta. É só juntar as habilidades de cada um, mesmo sabendo que alguns só tem como habilidade gelar a cerveja (que é uma função muito importante), e partir para um almoço de domingão.

Fazemos isso algumas vezes em cozinhas diferentes de diferentes amigos, mas com certeza, a cozinha da Albinha é o lugar preferido para juntar habilidades culinárias diversas, tornando o domingo uma festa de sabores e cores. Evidente que cada almoço tem seu elenco de protagonistas escalados sem nenhum critério, mas com muito afeto. 

EM ALGUM DOMINGO DE MARÇO

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BEBIDAS – CAIPRINHAS & CAIPIROSCAS

As caipirinhas e caipiroscas de frutas do Mauricio estão sempre presentes, independente do que será servido. São frutais, com açúcar no ponto certo e generosos cubos de gelo nadando no liquido etílico caudaloso.

Caipirinhas e Caipiroscas - Do Mauricio Miranda

Caipirinhas e Caipiroscas  do Mauricio

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ENTRADA – SALADA

Chicória, catalonia, almeirão, alface roxa, rúcula, rabanete, cebola roxa, tomate cereja, manga, figo, pera, damasco, romã, nozes e folhas de hortelã são os ingredientes da salada (exagerada, jogada aos nossos prazeres) do Mauricio. Folhas amargas em contraste com frutas doces, uma dualidade culinária.

Dual Salada: folhas amargas e frutas doces

Dual Salada do Mauricio: folhas amargas e frutas doces

O molho da salada é a mistura de um pote de mostarda Dijon (sabor mel), dois potes de coalhada (sem açúcar), suco de dois limões sicilianos e azeite de oliva extravirgem (medido no pote da mostarda)

O molho da salada é a mistura de um pote de mostarda Dijon (sabor mel), dois potes de coalhada (sem açúcar), suco de dois limões sicilianos e azeite de oliva extravirgem (medido no pote da mostarda)

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PRATO PRINCIPAL – COSTELINHA DE PORCO

Aqui entrou a Suzi, aquela que já falamos no post de 11/03/2016. A grande diferença é que a Suzi fez as costelinhas do domingo, e claro que ficaram perfeitas e suculentas. Preciso corrigir um erro do preparo do post citado. No marinado deve ser adicionado a mesma quantidade de água em relação ao vinho branco. A verdadeira costelinha da Suzi não é frita, é bem úmida, imersa em um delicioso caldo.

Costelinhas de Porco da Suzi

Costelinhas de Porco da Suzi

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ACOMPANHAMENTOS

1 – FEIJÃO

Também arte culinária da Suzi. Muito simples. Feijão mulatinho, cozido lentamente, com alho, sal, pimenta do reino e cebola. Só!

Feito da Suzi

Feijão da Suzi

2 – ARROZ

Feito por Júlio, meu sobrinho neto afilhado. Simples, refogado no alho e no azeite de oliva extravirgem. Sal a gosto.

Arroz do Júlio

Arroz do Júlio

 3 – FAROFA D’ÁGUA

Farofinha d’água é um especialidade da Bahia, do Nordeste e da família Diniz. A dona da casa e da cozinha foi a responsável. Os temperos (cebola, tomate, coentro, cebolinha e pimentão) são cortados bem miudinhos, adicionados à farinha de mandioca e por fim, vai-se adicionando água fria (aqui está a arte culinária) até obter uma textura de “bolinhas” bem macias. Sal a gosto.

Farofa D'Água da Albinha

Farofa D’Água da Albinha

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SOBREMESA

Aqui temos uma revelação nas artes culinárias. Ana, autora da sobremesa, se auto denomina não cozinheira, mas foi ela a responsável pelo manjar branco com ameixas. Cresci ouvindo minha mãe falar que “beleza não põe mesa“, uma verdade. Claro que tudo bonitinho e arrumadinho pode ficar melhor aos olhos e até excitar nosso apetite, mas entre o sabor e a beleza, fico com o sabor, sem dúvidas. Ana, seu manjar estava “bonito e gostoso”.

Manjar Branco com Ameixas da Ana

Manjar Branco com Ameixas da Ana

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Com afeto para os protagonistas do almoço do domingo de março – Mauricio, Suzi, Julio, Alba e Ana

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